Presença e organicidade.
Corpos Informáticos,
performance, trabalho em grupo e outros lances
Corpos
Informáticos formou-se em 1992 em Brasília com alunos, técnicos e professores
de artes visuais, artes cênicas, arte computacional, videoarte. Um grupo, um
conjunto de pessoas, ou pessoas em conjunto: reuniões, estudos, experiências,
gravações, discussões, muita festa e alguma briga. Tratava-se de uma
necessidade de pensar o corpo frente às tecnologias. Que corpo? Que tecnologia
(s)? Que banho de tecnologia leva (levava) o corpo? O que resta? O que se
lança?
Corpos
Informáticos nasce “grupo” por uma necessidade anteriormente sentida por Bia
Medeiros em performances realizadas 1983, 1984. A performance necessita
potência, necessita apoio, sincronia (e naturalmente diacronia, diria Bernard
Stiegler, 2007). A performance, em nosso entender, pede grupo. Convidar
auxiliares é uma possibilidade, mas a performance realizada dentro de um
processo de improviso deseja amálgama da equipe, precisa “dar liga”, talvez organicidade:
fazer para si um corpo sem órgãos, com isto concordamos, mas é preciso fazer
corpo com órgãos em grupo: membros de um grupo se colocando em ação como
órgãos, talvez uma orquestra de jazz, quiçá pescadores puxando a rede na
cadência do mar sobre uma jangada largada no meio de um azul profundo.
Performance
Poulet Rôti. Por Bia Medeiros e Suzete Venturelli com participação de dois
convidados (nomes esquecidos no tempo). Galerie Roch, Paris, 1984. Foto
pertencente ao arquivo de Bia Medeiros.
Hoje,
século XXI, diz-se (criam-se) muito “coletivo”(s). “Grupo: Reunião de objetos
ou seres em um conjunto; reunião de pessoas tendo interesses comuns; reunião de
pessoas de um mesmo lugar; conjunto de animais vivendo em comum; toda divisão
em uma classificação; em uma obra de arte, reunião de vários personagens
formando uma unidade orgânica”, informa o dicionário da Encyclopaedia Universalis on line.
Aqui salientaremos: reunião, onde cabe a união, interesses comuns, um
lugar comum, formar uma “unidade orgânica”. “Toda divisão em uma classificação”
deixaremos de lado, por enquanto.
Informa,
ainda, este mesmo dicionário: “Coletivo. Empregado como adjetivo: relativo a um
conjunto de pessoas pertencendo geralmente a um grupo. Empregado como
substantivo: conjunto de disposições de um projeto de lei financeira; grupo de
pessoas, grupo de trabalho”.
A
conclusão do comparativo: grupo/coletivo seria que um coletivo é um grupo, é um
grupo, é um grupo. E um grupo é reunião, implica viver em comum e formar uma
unidade orgânica.
O
2º Simpósio "Reflexões Cênicas Contemporâneas", realizado em
fevereiro de 2013, em Campinas e organizado pelo Projeto Temático
"Memória(s) e Pequenas Percepções" (FAPESP), coordenado pelo Prof.
Dr. Renato Ferracini junto ao LUME – Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas
Teatrais – UNICAMP, teve uma mesa de debates denominada "Presença.
organicidade: a vida da atuação", da qual participamos. O presente texto
visa atender ao convite para pensar presença, organicidade, vida e atuação.
Como
coordenadora do Grupo Corpos Informáticos, esta é, então, minha primeira
afirmativa: grupo = organismo = corpo formado por diversos corpos sem órgãos
que reunidos vivem em uma unidade orgânica. Aqueles que conhecem o LUME –
Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais – UNICAMP, sabem que também assim
se agenciam os membros deste Núcleo. Ou seria um coletivo? Quiçá um grupo?
Núcleo talvez possa ser pensado como centro. Um núcleo onde existem vários
núcleos, isto é, grupo de pessoas no seio de um grupo maior?
Afirma
o site do Núcleo: “O LUME é um coletivo de sete atores [...] Um espaço de
multiplicidade de visões que refletem as diferenças, impulsos e sonhos de cada
ator. [...] o grupo difunde sua arte e metodologia por meio de oficinas,
demonstrações técnicas, intercâmbios de trabalho, trocas culturais,
assessorias, reflexões teóricas e projetos itinerantes, que celebram o teatro
como a arte do encontro”.
O
Núcleo foi fundado em 1985 por Luiz Otávio Burnier, na Unicamp. E notemos, em
seu texto, que este trabalha em “grupo”, mas, também, pensa cada ator em suas
diferenças. Isto é, realiza trabalhos coletivos e individuais. Corpos
Informáticos apóia projetos individuais de seus membros, mas assina somente os
trabalhos feitos em grupo. Diversos coletivos se constituem como o LUME: Filé
de Peixe (RJ), Coletivo ES3 (RN). Outros, se constituem como coletivo, mas
realizam principalmente trabalhos individuais. Dentre estes salientamos o
Coletivo Osso de Performances Urbanas (BA).[1] Notemos, ainda, no texto
do LUME, a presença do entendimento do “teatro como arte do encontro”.
Corpos
Informáticos não faz teatro, faz performance, performances em telepresença
(principalmente entre 1999 e 2006), composições urbanas na cidade e na web – entendida como espaço público-,
videoarte, webarte, ou simplesmente arte.
Arte
não se escreve, as pautas do caderno não bastam, o teclado do computador não
corresponde. As letras recuam diante daquilo que não fala, mas também não cala,
não se cala, grita e ecos.
Arte
é reflexão? Inflexão, proposição e até despacho. Ela escoa, não se fixa nas
paredes. Derrete o suporte, não suporta. Importa? O suporte, se suporte for,
não abraçará aquilo que deve surgir sem pedir licença no espectador, no
expectador (aquele que está na expectativa) ou no iterator.
A
iteração é a manobra da arte que convida o ex-espectador a se tornar
participante, no caminho do processo, se juntar a ele. Esta frase é um duplo
pleonasmo: “iter” é caminho, processo. Esta arte se deixa acariciar, se tocar,
se machucar na ação dos presentes neste caminhar.
Corpos
Informáticos busca iteração e para tal, no nosso entender, é preciso presença,
presença ou tele-presença, mas sempre presença para que a iteração possa se
dar: processo criativo iterativo no seio do Grupo e do grupo de presentes. A
iteração é mixuruca, não dura no tempo (efêmera), e improviso: no improviso das
performances do Corpos Informáticos não há atuação. Trata-se da vida lançada no
tempo, no vento, em fluxo: uma ideia, alguns papos mais ou menos furados e
lançar-se à ação.
Escrevi
recentemente com Larissa Ferreira :
Podemos
levantar, também, que há na performance in-tensão: presença de tensão. Tensão,
apreensão, presença e um ser de alguma forma despido de uma ou mais máscaras, por
vezes, para vestir outra(s). Na in-tensão cabe, ainda, a ideia de uma não
tensão. E da mesma forma diremos apreensão, presença e provocação.
A intenção e a in-tensão trazem
consigo ideias. A ideia, a concepção da performance, pode ser mais ou menos
clara. Na maior parte das vezes, uma intenção faz nascer diversas leituras.
Isto é, a intenção se realiza na in-tensão aberta ao desconhecido. Se
considerarmos a performance realizada na rua, este desconhecido será um mar de
possibilidades. Aqui o público pode ser qualquer um, muitos, diferentes visões,
um milhão de “leituras”, sensibilidades, reações. (inédito, 2013)
Resto, lance, amor e romance
Com
os restos podem ouriços, ostras e camarões. Incomodam muito as táticas incautas
comumente ocasionais e sapecas: Corpos Informáticos. Os restos pertencem a
Jacques Derrida.
O
resto (a restância) de Jacques
Derrida é menos conhecido do que a diferensa
(différance). Em ambos os casos, uma
produtividade ativa está atuando. Esta é impossível reduzir a um discurso ou um
efeito de sentido. Na escritura, como na fala, marcas se depreendem. A
estrutura iterativa supõe que o emissor, assim como o receptor, estejam ausentes (ou possam estar).
A marca se repete, mas isto não é a
mesma. Sua presença não é restaurada de forma idêntica. O que emerge (re-
marca ou grafema) é um resto, no contexto de um novo evento.[3]
O
Corpos Informáticos propõe, ao invés do resto, o lance. Como Derrida foi capaz
de pensar “uma produtividade ativa”, atuando, como “resto”? Talvez algum troço judaico, [4] pura falta de fuleragem (sic). Se o resto são “marcas que se
depreendem” para que a iteratividade entre em cena, o que emerge é o lance.[5]
O
resto vai para a composteira, reciclado é adubo, no adubo brotam fungos,
musgos, lances. Da bosta da vaca, puro resto, nascem viagens, infindas cores,
paisagens disformes que tocam os beiços com as pontas das lâminas de vento ou
com os ventos em lâminas sem contas. O lance não é projeção, pro-jeto, jato; o
lance joga os dados multifacetados.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Dados_rodillo.jpg
Stéphane
Mallarmé concorda conosco: seu livro joga dados e lança pela primeira vez na
história a escrita “partitura”, objeto múltiplo, labirinto de textos, palavras
e letras: Le coup de dés jamais n’abolira
le hasard” (Um lance de dados nunca abolirá a sorte).[6]
UMA CONSTELAÇÃO
Fria
de esquecimento e no desuso
nem tanto
que ela não enumere
sobre alguma superfície vazia e superior
o choque sucessivo
sideralmente
de um cálculo total em formação
velando
duvidando
brilhando e meditando
antes de se deter
em qualquer ponto derradeiro que o sagra
Todo o Pensamento emite
um Lance de Dados[7]
Corpos
Informáticos ainda não jogou dados: pulou corda pelado em frente a CAPES em
Brasília (e os vigias à espreita), jogou bola de gude na Galeria da Faculdade
de Artes da Universidade de Goiânia,[8] fez bundalelê na Kombi,
andou pelado de Kombi no vernissage do Aberto Brasília, no Centro Cultural
Banco do Brasil,[9]
desenhou amarelinhas gigantes em diversos lugares, todas terminando no C.U. (ou,
simplesmente, CU).
A arte pode ser
intervenção ou interferência urbana. Corpos Informáticos quer, e prefere o
termo “composição urbana” (CU). A composição urbana não interfere nem intervém,
compõe e decompõe com o corpo próprio, com o corpo do outro, com o espaço
“público”, com a internet.[10]
Deleuze assim comenta Spinoza:
Cada
vez que um corpo encontra outro, há relações que compõem e relações que
decompõem [...]. Mas a natureza combina todas as relações em um só tempo. Logo,
na natureza, em geral, o que não para é que todo tempo há composições e
decomposições de relações. Todo o tempo, pois, finalmente, as decomposições são
como o contrário das composições. Não há nenhuma razão de privilegiar a
composição de relações sobre a decomposição já que as duas vão sempre juntas.
(DELEUZE, 1981) [11]
Não buscamos a estética de
Almodóvar baseada nas imagens de Frida Kahlo. Queremos a estética de Arapiraca baseada
na estória das jangadas que deslizam sobre as águas verdes de Alagoas. Isto com
um pouco de poluição paulista e vagabundagem carioca.
O artista, no mundo, é vida,
participa da vida, traz vidas, lança arte. O artista na rua, seja sua
composição física ou virtual (telepresença, virtualidades), compõe e decompõe.
A composição urbana evidencia o delírio que a cidade-sociedade passa e passa
correndo sem ver, ouvir, tocar ou massagear. Compor é massagear os espaços, aí
implantar desvios, rios, lances, meandros antes invisíveis. Compor é fuleirar
de forma mixuruca, mancomunar na política sem partido, sem camisa, com vento,
fazendo evento, mesmo que isto seja sério e implique escrever texto e ganhar
editais. Compor não é criar ou deixar restos como quis Derrida: é preciso
inventar na fuleragem: a escritura é lance no seio do Grupo para o grupo
presente. “Traição é traição,
romance é romance. Amor é amor e um lance é um lance”.[12]
Tudo
isto é fuleirar a filosofia, isto é, corpos.org ou corpos.blogspot.com ou ainda
vimeo.com/corpos. Há também o mar-iasemver-gonha.net e o
performancecorpopolitica.net, a mar(ia-sem-ver)gonha, o ia-sem-ver e a mar( )gonha.
Mar(ia-sem-ver)gonha,
ia-sem-ver e mar( )gonha são conceitos filosóficos não europeus derivados dos
conceitos de rizoma e árvore desenvolvidos por Gilles Deleuze e Felix Guattari
em Mil Platôs. Estes distinguem
árvore e rizoma em longas e complexas páginas para, ao final, concluir: toda
árvore é meio rizoma, todo rizoma é meio árvore. Nós somos meio Leila Diniz:
maria-sem-vergonha, flor fuleira brasileira, natural de Zanzibar. Esta é árvore
e rizoma e não há necessidade de muitas páginas para fazer entender o quão mais
mixuruca é o conceito de maria-sem-vergonha. Assim nos sobra tempo para jogar
frescobol, jogo sem competição, perto do Gô, longe do xadrez, para nos
mantermos em Mil Platôs (1995).[13]
As
composições urbanas vazam sem tabuleiro, sejam elas realizadas na cidade de
troças, carros e esgotos, sejam elas secreções e contaminações na rede mundial
de computadores. A arte compõe e decompõe: coloca na mesa os pratos e serve de
um saber inusitado e quente, os garfos ficam de lado, os dedos apressados
cavam, cavucam, molham, por vezes enxada, por vezes enceradeiras. Muitas vezes:
lance.
A
fuleragem brinca, mas também bronca. Pula corda e erra, joga pique-bandeira e
cai, se machuca, mas não chora, escoa. Ela desvia, se infiltra nos eventos, nos
cargos de poder, escreve livros e trai a si mesma. Ri quando descobre mais um outro e chama para
o jogo: Performance, corpo. política.[14] O segurança da CAPES
vigia atrás do vidro fumê enquanto a fuleragem se despe.
A
performance hoje se chama fuleragem, mas, também pode tornar-se vagabunda, vaga
bunda, traiçoeira, hacker, mariposa, vento e chuva. A chuva pode ser chuva,
pode ser piscina de plástico, pode ser esguicho de carro pipa.
_
“Encerar a praia é imprescindível”, clamam os grãos de areia.
A
performance pouco fala, mente, pois a fuleragem caçoa, rouba, fala, escreve e
semeia palavras gestos e desejos. Incompossibilidade dilatada. Afirma Evando
Nascimento (2004, p. 61):
“não é concebível uma teoria da
literatura em Derrida, exceto se pudéssemos imaginar uma teoria que não propõe
conceitos, que não secreta conceituações enquanto unidade de sentido, enquanto
corte sistemático na unidade de significação. Uma tal teoria, se ela existe,
deveria falar do segredo sem reduzi-lo a uma coisa, um tema, um sujeito, em
suma, um ente”.
Então,
se não é possível uma teoria da literatura ou se ela só é possível se for uma
teoria que não propõe conceitos, o mesmo poderíamos dizer para a performance,
“não secreta conceituações enquanto unidade de sentido”. Ela fala em segredo,
de segredo, mas este segredo secreta e avacalha, vira lance, cerveja derramada
na mesa. O corpo inteiro, com seus onze sentidos, zomba.
A
performance coloca em xeque a política que vemos passar sobre rios de dinheiro
desviado nos aeroportos: urubus e seus assessores, muitos. Ela é hacker de
todas as linguagens artísticas, mas também dos lixões chamados Assembléia
Legislativa, Câmara dos Deputados, entre outros. A performance modificou a
pintura, a escultura, o teatro, a dança. Age por carícia sub-reptícia e dança
no Eixo Monumental, sob a bandeira da pátria juvenil e nos portos.
Neste ínterim...
O
computador está encerrando. Ele sempre se encerra, com o encenador usado. Não
podemos continuar tendo encanadores no Senado. E as enceradeiras?
Muitos
de nós desconhecemos o que é um mundo encerado. Um mundo aspirado, livre de
poeira que muitos acreditam existir. Só conhecemos as bordas do paraíso: Ceilândia,
Estrutural, Candangolândia, Taguatinga, Sobradinho.[15] Qual é a marca do seu
carro? De que cor ele é? E sua enceradeira? Ela funciona? E o encenador é o encenador?
_
Compra ferro-velho, compra senador usado! Gritam as enceradeiras.
Alguém
gira compulsoriamente, isto é, com compulsão, incessantemente, isto é, sem
cessar, com uma enceradeira vermelha na mão. Chove torrencialmente. Aqui não há
silêncio, é o mundo que se cala e desliza no deleite. Nem fome nem asma. Chove,
estamos em Brasília e parece Londres – um encerado cinza-, e o povo se sente
cercado pelo círculo de giz: imobilizado.
A
chuva se encera, o sol se aspira, o vento filma, o solo edita: arte sem plano,
o desnível da arte no Plano Piloto, o piloto na enceradeira, o comandante no
banheiro: a Kombis silenciosas observam tudo. Depois, seis meses de seca.
Sim,
as Kombis são mais silenciosas do que as enceradeiras, um pouco sonolentas, e
quase sempre sóbrias. À noite, fazem festinhas ocultas dançando com as árvores
nos buchos: Xixá, Areka. Pura fuleragem, estão mancomunadas com as
enceradeiras. Para entrar na Universidade foram enceradas, encenadas e optaram
por Paris: Flamboyant, e pelo império: Palmeira Imperial.[16] Depois de aprovadas no
vestibular, se amigaram com Mar(ia-sem-ver)gonha, estudaram indo sem ver, e
plantaram mar( )gonha.
Kombeiro (instalação com 7 Kombis situada na
L4 norte, Brasília) por Corpos Informáticos. 2010.
Referências bibliográficas
DELEUZE, Gilles e
GUATTARI, Félix. Mil platôs -
capitalismo e esquizofrenia, vol. 1. 1 ed. Rio de janeiro: Ed. 34, 1995.
DELEUZE, Gilles e
GUATTARI, Félix. Mil platôs -
capitalismo e esquizofrenia, vol. 1.1 ed. Rio de janeiro: Ed. 34, 1997.
MEDEIROS, Maria
Beatriz de. Bernard Stiegler.
Reflexões (não) contemporâneas. Chapecó (SC): Argos, 2007.
NASCIMENTO, Evando. Derrida. Rio de
Janeiro: Zahar, 2004.
SERRES, Michel. Les cinq sens. Paris: Grasset, 1985.
STIEGLER, Bernard.
Reflexões (não)contemporâneas (Medeiros, M.B. org e tradução). Chapecó: Argos,
2007.
Referências
eletrônicas
coletivosso.blogspot.com
performancecorpopolitica.net
vimeo.com/corpos
vimeo.com/15594844
www.correiobraziliense.com.br
www.idixa.net
www.poetryintranslation.com
www.universalis.fr
[1] coletivosso.blogspot.com;
mola2013.blogspot.com
[2] O conceito de “doce”e de “duro”
tomamos emprestado a Michel Serres (Les
cinq sens. Paris: Grasset, 1985).
[3] La restance de Jacques Derrida est moins
connue que la différance. Dans les deux cas, une
productivité active est en oeuvre, qu'il est impossible de réduire à un discours ou à un effet de
sens. Dans l'écriture comme dans la parole, des marques se détachent. La structure
itérative suppose que l'émetteur comme
le destinataire soient absents (ou puissent l'être). La marque se répète, mais
ce n'est pas la même. Sa présence n'est pas restaurée à l'identique. Ce qui
surgit (re-marque ou graphème) est un reste, dans le contexte d'un nouvel
événement. http://www.idixa.net/Pixa/pagixa-0611021232.html
[4] Este tema pode ser
aproximado do reshimu (resíduo,
resíduo de luz divina, resta no
espaço do qual deus se retirou. Pode ser traduzido por “rastro” (trace) cabalístico, uma das etapas da criação, quando Deus esvazia um ponto
sem o deixar completamente vazio, no terceiro momento da criação. Há
necessidade de restos disparates, assimétricos, para que o mundo se dissemine.
É isto que habita James Joyce, que disto ria, e é nesta região também, no que
resta de judaísmo (de e não do), que passou por Jacques
Derrida, sem aí parar. (Ce thème peut être rapproché du rechimou cabalistique, une des étapes de la création, quand Dieu vide un point
sans le laisser complètement vide. Il faut des restes disparates,
dissymétriques, pour que le monde se dissémine. C'est là qu'habitait James
Joyce, qui en riait, et c'est dans cette région aussi,
dans ce qui reste de judaïsme (de et non pas du), qu'est passé Jacques Derrida, sans s'y
arrêter.) http://www.idixa.net/Pixa/pagixa-0611021232.html
[5] Na
vida há o acaso e estando em Maceió para escrever este texto, me deparei com o
seguinte “Pensamento do dia”, na coluna de Leo Palmeira: “Ouse, arrisque e
nunca se arrependa. Não desista jamais e saiba valorizar quem te ama, esses sim
merecem seu respeito. Quanto ao resto, bom, ninguém nunca precisou de restos
para ser feliz”. Jornal Gazeta de Alagoas, Alagoas. 21 de maio de 2013, p. 18. Coincidência?
[6] Un coup de dés jamais
n'abolira le hasard é um poema deMallarmé publicado em 1897 na
revista Cosmopolis e
em 1914 na La Nouvelle Revue française. É um
verso livre e um dos primeiros poemas tipográficos da literatura francesa.
[7] Livre tradução do autor : UNE CONSTELLATION/froide
d’oubli et de désuétude/ pas tant/ qu’elle n’énumère/ sur quelque surface
vacante et supérieure/ le heurt successif/ sidéralement/ d’un compte total en
formation/ veillant/ doutant/ roulant/ brillant et méditant/ avant de
s’arrêter/ à quelque point dernier qui le sacre/ Toute Pensée émet un Coup de
Dés. fonte: www.poetryintranslation.com/PITBR/French/MallarmeUnCoupdeDes.htm#_Toc160699748.
Acesso
em 28 de maio de 2013.
[8] vimeo.com/15594844
[9] www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2011/06/20/interna_diversao_arte,257583/intervencoes-urbanas-espalham-se-pelo-plano-piloto-a-partir-de-hoje.shtml
[10] “Público” aparece aqui entre aspas, pois, espaços ditos
públicos são, de fato, espaços da polícia.
[11] “Chaque fois qu'un corps en rencontre
un autre, il y a des rapports qui se composent et des rapports qui se
décomposent [...]. Mais la nature, elle, combine tous les rapports à la fois.
Donc dans la nature, en général, ce qui n'arrête pas, c'est que tout le temps
il y a des compositions et des décompositions de rapports, tout le temps
puisque, finalement, les décompositions sont comme l'envers des compositions.
Mais il n'y a aucune raison de privilégier la composition de rapports sur la
décomposition puisque les deux vont toujours ensemble”. DELEUZE / SPINOZA. Curso de Vincennes, 13/01/1981. webdeleuze.com/php/texte.php?cle=31&groupe=Spinoza&langue=1
[12] Carlos e
Jader. Música: Sou Foda. Fonte:
www.vagalume.com.br/carlos-e-jader/sou-foda.html#ixzz1zV5XdJda
www.vagalume.com.br/carlos-e-jader/sou-foda.html#ixzz1zV5XdJda
[13] No xadrez, para Deleuze de Guattari
(1997), os peões teriam “subjetividades” e “propriedades intrínsecas” jogando
em um tabuleiro finito, organizado, ordenado, simbolizando o aparelho de
Estado, enquanto no Gô as peças não tem essência, são relacionais, o jogo se dá
em espaço aberto. Corpos Informáticos prefere o frescobol.
[14] Performance,
corpo, política são eventos que veem sendo organizados pelo Corpos
Informáticos: Performance, corpo,
política e tecnologia (Local: Escola de Teatro Dulcina de Moraes, CONIC,
Brasília, financiamento: MINC/Petrobrás, 2010), Performance, cidade, corpo, política (Instituto de Artes, UnB,
Brasília, financiamento: FLAAC, UnB, 2012), Performance,
corpo, política do cerrado (Lago Oeste, Brasília. Sem financiamento), Performance, corpo, política (local:
Casa de Cultura da América Latina, financiamento: Redes, FUNARTE, 2013).
performancecorpopolitica.net, vimeo.com/corpos.
[15] Cidades satellites de Brasília.
[16] Xixá, palmeira Areka, Flamboyant e
Palmeira Imperial são as espécies de árvores plantadas no bojo das Kombis.
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